Round 6 – A Escassez da Paz
![Round 6 – A Escassez da Paz](https://meublogdemusica.com.br/wp-content/uploads/2025/01/Round-6-–-A-Escassez-da-Paz-780x470.jpg)
Round 6 – A Escassez da Paz
A Necessidade de Falar Sobre Paz
Por que é importante que os cristãos falem mais sobre paz em tempos de tanta violência e descaso à dignidade humana? Especialmente a paz que vem de Deus.
O Fenômeno Round 6
Ela bateu todos os recordes. Em 28 dias, mais de 111 milhões de lares consumiram seus episódios, tornando-se a série mais assistida da história da Netflix. Como só se fala nisso no universo do streaming, é um tema que merece reflexão. Estamos falando de Round 6, uma k-série sul-coreana que transforma jogos infantis em uma luta pela sobrevivência. Dos 456 participantes concorrendo ao prêmio de 200 milhões de reais, nesta história sinistra, quem perde paga com a própria vida. E haja sangue cenográfico espirrando na tela!
Batatinha-Frita 1, 2, 3…
Confesso que não assisti a toda a série. As cenas violentas, tentando fazer sinfonia de um massacre em cores vibrantes, afastaram meu interesse por este espetáculo do avesso. É um fenômeno que usa a agressividade social como matéria-prima. Por isso, sinceramente, e sem fazer publicidade, desacredito que mereça o tempo de quem tem mais para pensar, sonhar e testemunhar. Até porque, para falar de um crocodilo, não é preciso entrar no tanque com ele. E muitos já analisaram esta série por diferentes ângulos.
Uma Crítica à Desumanização
No entanto, com tantos maratonistas-usuários no percurso do entretenimento digital, vale uma sinopse conceitual (sem spoiler) de Round 6. Aqui vai: trata-se de uma crítica pesadíssima ao descaso pela valorização humana, onde a rivalidade gananciosa se deforma na luta mais sombria pela existência. A desigualdade é retratada como combustível desumanizador, carregado de orgulho, egoísmo e desprezo pelas “criaturas feitas à imagem de Deus” (Gênesis 1:26-28).
Nada Novo Debaixo do Céu
A verdade é que todo este conteúdo pode ser resumido em uma única expressão: a escassez da paz. Por séculos e séculos, nossa sociedade adoecida continua refém da profecia pós-edênica: “Maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida” (Gênesis 3:17). Desde então, o homem nunca mais teve plenitude de calma e sossego. Vivemos em um cotidiano desidratado de tranquilidade solidária, violentando a perfeição que o Criador carinhosamente repassou à sua obra-prima. É a economia do desamor, onde se gasta tempo fugindo da morte, tão inevitável quanto cada vez mais próxima.
Realismo ou Pessimismo?
Pessimismo? Apenas realismo saltando da tela para o nosso desjejum diário. “Os dias em que vivemos são solenes e importantes. O Espírito de Deus está, gradual, mas seguramente, sendo retirado da Terra. Pragas e juízos já estão caindo sobre os que desprezam a graça de Deus. As calamidades em terra e mar, as condições sociais agitadas, os rumores de guerra, são assombrosos. Prenunciam a proximidade de acontecimentos da maior importância.”[1]
Na escassa felicidade garimpada por nós – sobreviventes –, sobram tristes exemplos de solidão, vazio sem fim e agressividade tingindo nossas memórias de sangue real. Além disso, a pandemia que nos distanciou contribuiu ainda mais para o isolamento existencial de nossa raça decaída. Com o otimismo rarefeito, a Bíblia é super atual: “Sabemos que somos de Deus e que o mundo todo está sob o poder do Maligno” (1 João 5:19). Este é o absolutismo do inimigo. Por isso, não escapo de uma citação de Manuel Castells, em seu livro Redes de Indignação e Esperança, quando afirma que “um mundo não violento não pode ser criado pela violência, muito menos pela violência revolucionária”[2]. Isso é forte e necessário! A não-violência é a verdadeira arma de combate ao totalitarismo opressor da significância.
A Importância da Paz
Ultrapassando 400 citações bíblicas mencionando diretamente a importância da paz, necessitamos falar, pensar e mostrar este atributo do cristão em tempos de sua ausência. “O mesmo Senhor da paz vos dê sempre paz de toda maneira” (2 Tessalonicenses 3:16). Conseguiremos ser pacificadores genuínos?
“Na sociedade do desempenho é preciso poder fechar os olhos – ou o sujeito do desempenho se despedaça sob a coação de sempre ter de produzir mais desempenho”[3]. Será possível fechar os olhos em tempos de obsessão extrema pela competição pelo pódio exclusivo? Faz-se necessária a reversão transformadora que só Deus é capaz de realizar.
O Round 7: A Verdadeira Paz
“Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo!” (João 14:27). Esse é o Round 7 de quem vai além da escassez da paz. Sem esperar o próximo episódio, seja o pavio do bem detonando a revolução da serenidade, da plenitude, da solidariedade. Lembre-se de que só os pioneiros marcam as horas cheias! Que o melhor que está por vir comece desde já. Afinal, uma geração que consome violência em excesso precisa urgentemente rever seus conceitos. Há esperança antiavareza para o prêmio do verdadeiro sucesso.
O Verdadeiro Sucesso
Que sucesso? “Sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança – é a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo” (Colossenses 3:24).
Entenda de uma vez que pacificadores são herdeiros do Reino, arautos do bem e “filhos de Deus” (Mateus 5:9). Promova a série profética de um Deus que está para voltar, maratonando na comunhão com Ele. O melhor está para vir e não haverá escassez de mais nada.